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Pina Ball: Quem foi, quem brilhou, quem dançou

Pina Ball: Quem foi, quem brilhou, quem dançou

Mario Mendes
September 22, 2025
Eventos

A procissão de Uber Blacks, táxis especiais e carros particulares com motoristas que se formou na entrada da Pinacoteca de São Paulo, no início da noite de terça-feira, deu o tom da noite.

Gente das artes plásticas, da moda, do mercado financeiro, do showbiz, das redes sociais, instagramáveis de calibres variados e, claro, curiosos de plantão disseram “sim” ao convite para comemorar os 120 anos do venerado museu paulistano, em grande estilo.

O evento, batizado Pina Ball, foi uma parceria entre a Pinacoteca e a Chanel, enquanto JP Morgan, Iguatemi, Galapagos Capital, Johnny Walker e Gol foram outros patrocinadores. 

Quem respeitou o horário do convite – 19h30 – pôde acompanhar o início dos trabalhos: coquetel receptivo e apresentação do evento pelos mestres de cerimônias: a tarimbada Astrid Fontenelle e seu filho Gabriel, um rapagão elegante.

Teve também o discurso do diretor da Pinacoteca, o alemão Jochen Volz – com impecável sotaque mineiro, sem dúvida adquirido em seus tempos como diretor e curador do Inhotim – e a abertura, utilizando um sabre, de uma garrafa de champagne (aliás, a Taittinger rolou solta o resto da noite.) Para dar ainda mais classe ao evento, uma apresentação do pianista pernambucano Amaro de Freitas.

Do lado de fora, os convidados continuavam a chegar, posando para os fotógrafos contratados pelo evento –  paparazzi é coisa do passado! -- tendo como fundo o painel em branco e prata preparado para a ocasião. Cada um exibindo o figurino que obedecia ou não o dress code do convite (“esporte fino”), seja lá o que isso signifique hoje em dia.

Alice Wegmann, a Solange “chérie” do remake de Vale Tudo vestia Chanel, bien sûr. Assim como outras célebres que deram o ar da graça: Mariana Ximenez, Marina Ruy Barbosa e a influencer Silvia Braz. Já Antenor Neto radicalizou e vestiu um pijama, de seda. Vale tudo mesmo. 

O Chanel franjado de Marie-Laure Clos Solari, a diretora de PR da marca, curto e sem mangas, fez dela a típica “francesa nos trópicos”. Outras mulheres abusaram do brilho, mas é parte do show.

A festa de verdade aconteceu ao ar livre, em torno da fonte do jardim nos fundos da Pinacoteca, sob uma estrutura montada para abrigar palco, pista de dança, bares de coquetéis e lounge, na lateral do prédio da Pina Contemporânea.

No fundo do ambiente, em uma grande mesa rodeada por seguranças, Ronaldo Nazário, o Fenômeno, e sua mulher, Celina Locks, passaram o tempo todo com um entourage de amigos.

O catering assinado pela Zest – uma cozinha criativa – estava disposto ao redor da fonte: era self service, mas com um exército de garçons atarefados para atender os presentes. Destaque para o robalo e a mousse de coco com baba de moça, verdadeira prova de resistência para elegâncias fitness presentes.

No palco houve uma homenagem à crítica de arte e curadora Aracy Amaral, 95 anos – que esteve à frente do museu entre 1975 e 1979 – com oratória eloquente da escritora Djamila Ribeiro, presidente do comitê do Pina Ball.

A DJ Marina pilotou as picapes. Mas quem colocou o povo para dançar mesmo foi Paulinho da Viola, que entoou clássicos como Coração Leviano, Pagode do Vavá, Foi um Rio que Passou em Minha Vida…). A plateia acompanhava, pelo menos tentando mostrar que tinha samba no pé. 

Um garçom muito jovem dançava equilibrando sua bandeja com drinks, e derramou algumas lágrimas: “Lembrei do meu pai, ele adorava essas músicas…”. Nada como o auxílio luxuoso do pandeiro, cavaco e  tamborim.

Em outro registro musical, não menos animado, Silva encerrou a noite com um show-surpresa e figurino bacana de alfaiataria.

Flanando descontraidamente pela festa podiam-se ver Lucas Lima, membro da Família Lima, a “melhor boy band brasileira,” segundo ele mesmo; a presidente da Bienal, Andrea Pinheiro; o estilista Sandro Barros; a icônica fashion Gloria Kalil; a atriz Camila Queiroz; Carlos Jereissati Filho, o sempre presente Enzo Celulari, a empresária Helena Bordon, os grafiteiros artsy Gêmeos e o músico Tiago Iorc, entre muitos. 

Observando cada mínimo detalhe de execução estava Jacimar Ferreira da Silva, o responsável pela direção e cenografia da coisa toda. ”Foram seis meses de muito trabalho e muita diplomacia,” ele me disse sereno, com ar de dever cumprido. 

Um trabalho impecável, inclusive com o clima conspirando a favor. A chuva que ameaçou encorpar durante a tarde logo se dissipou, e a noite apresentou céu limpo e temperatura civilizada. Quase tropical, não fosse uma ou outra rajada de brisa mais refrigerada. Os penteados se mantiveram em pé; as maquiagens não escorreram.

Last but not least, o Pina Ball teve caráter beneficente. Além dos patrocínios, foram vendidos convites, como fazem várias entidades culturais ao redor do mundo. O objetivo foi arrecadar R$ 3,5 milhões destinados à programação da Pina – incluindo ingressos a preços populares e gratuidade nos fins de semana.

Na saída, um mimo para os convidados: a máscara criada pela artista plástica Lenora de Barros que serviu de base para a concepção de toda a identidade visual do Pina Ball. Em material espelhado, a máscara reflete o rosto de quem a veste. Segundo o programa do evento, em “um gesto simples, mas profundo, a obra propõe um jogo de reconhecimento mútuo…”.

Da noite fica o seguinte: o mundo da cultura sabe fazer as honras ao recepcionar e prestar homenagens, e o pessoal da moda sabe dar uma boa festa. Quando os dois colaboram, o resultado é borbulhante.

As fotos abaixo são de Leca Novo e Andre Ligeiro.

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